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Até agora, Estados Unidos eram o único país do continente americano a registrar pacientes com a doença.
O primeiro caso de hepatite aguda grave de origem desconhecida da América Latina foi confirmado nesta quinta-feira (5) na Argentina, segundo o Ministério da Saúde do país. A doença foi detectada em um menino de 8 anos internado no Hospital das Crianças da cidade de Rosario, província de Santa Fé.
Ainda não se sabe a origem da infecção registrada em crianças, principalmente em países da Europa e Estados Unidos. A doença, porém, pode desencadear uma série de problemas, incluindo a necessidade de transplante de fígado, e levar à morte.
Até o dia 3 de maio, mais de 200 casos foram registrados em 20 países, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a grande maioria deles no Reino Unido, onde a doença foi detectada pela primeira vez e onde, até 25 de abril, havia 145 casos confirmados, majoritariamente em crianças até 5 anos, segundo o governo.
O Estados Unidos eram o único país das Américas a ter casos da hepatite aguda grave e, até 18 de abril, contabilizavam nove casos em crianças entre 1 e 6 anos. O Brasil não registrou paciente com essas condições.
De acordo com os dados reportados às autoridades, morreram uma criança no Reino Unido e outras três na Indonésia por causa desse problema. O governo americano investiga um óbito suspeito.
Segundo a OMS, a hepatite é uma inflamação que atinge o fígado causada por uma variedade de vírus infecciosos (hepatite viral) e agentes não infecciosos.
A infecção pode levar a uma série de problemas de saúde, que podem ser fatais. Os vírus comuns que causam hepatite viral aguda (vírus da hepatite A, B, C, D e E) não foram detectados em nenhum dos casos.
Embora a síndrome atinja pacientes de até 16 anos, a maioria dos diagnósticos está na faixa de 2 a 5 anos. O quadro das crianças europeias é de infecção aguda.
Muitos apresentam icterícia (pele e parte branca dos olhos amareladas), que, por vezes, é precedida por sintomas gastrointestinais – incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos –, principalmente em pequenos de até 10 anos. A maioria dos pacientes não apresentou febre.
Em caso de suspeita, recomenda-se fazer testes de sangue (com experiência inicial de que o sangue total é mais sensível que o soro), soro, urina, fezes e amostras respiratórias, bem como amostras de biópsia hepática (quando disponíveis), com caracterização adicional do vírus, incluindo sequenciamento.
Vale reforçar que medidas simples de prevenção contra adenovírus e outras infecções comuns envolvem lavagem regular das mãos e higiene respiratória.
Especialistas acreditam que o agente causador da doença seja um adenovírus transmitido por contato ou pelo ar. Embora seja atualmente uma hipótese como causa subjacente, ele não explica totalmente a gravidade do quadro clínico.
A infecção com adenovírus tipo 41, o tipo de adenovírus implicado, não foi previamente associada a tal apresentação clínica.
Os adenovírus são patógenos – organismos capazes de causar doença em um hospedeiro – comuns que geralmente provocam infecções autolimitadas. Eles se espalham de pessoa para pessoa e mais frequentemente causam doenças respiratórias, mas, dependendo do tipo, também podem provocar outras doenças, como gastroenterite (inflamação do estômago ou intestinos), conjuntivite e cistite (infecção da bexiga).
Segundo a OMS, há mais de 50 tipos de adenovírus imunologicamente distintos que podem causar infecções em humanos.
O adenovírus tipo 41 geralmente se apresenta com sintomas como diarreia, vômito e febre, muitas vezes acompanhados de sintomas respiratórios.
O potencial surgimento de um novo adenovírus ainda está sendo investigado. Outra hipótese é que haja alguma relação com o novo coronavírus.
A possibilidade de ser um efeito adverso da vacina contra a Covid-19, no entanto, foi descartada, uma vez que grande parte dos pacientes britânicos não havia tomado o imunizante.