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Um estudo do Observatório de Saúde da Infância revelou que o Brasil apresentou uma média de 22 mil mortes anuais de bebês de até um ano; mortes poderiam ser evitadas com pré-natal adequado e vacinação.
Um estudo do Observatório de Saúde da Infância, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), aponta que duas em cada três mortes de bebês de até um ano, no Brasil, poderiam ser evitadas por meio da amamentação, da vacinação e do acesso à saúde.
Nos últimos três anos, o país apresentou uma média de 22 mil mortes anuais de bebês de até um ano. Segundo Cristiano Boccolini, pesquisador que atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), as taxas de mortalidade nos países desenvolvidos são de dois óbitos para mil nascimentos nessa faixa etária. O Brasil soma 11,87 por mil.
O Observatório de Saúde na Infância calculou as mortes evitáveis no país e listou os problemas que poderiam ser evitados pela atenção básica na rede de saúde. Entre eles, a diarreia, doenças que já possuem vacina, pneumonia e infecções no nascimento podem ser diagnosticadas e contidas desde o pré-natal. “Cerca de 40% dos óbitos poderiam ser evitados com pré-natal adequado, desde a cobertura à melhor qualidade. Em torno de 15% poderiam ser evitadas com adequadas ações de atenção básica, como diagnóstico e tratamento de pneumonia e diarreia, provimento de alimentação adequada e vacinação”, afirmou Boccolini à CNN.
Nesta segunda-feira (2) se iniciou a segunda etapa da campanha nacional contra influenza e sarampo. Diante do cenário apresentado pela pesquisa do Observatório de Saúde na Infância, a vacinação é importante. As crianças entre seis meses e menores de cincos anos são grupo prioritário. Dados do estudo mostram que, em 2021, nenhum estado bateu a meta de 95% de cobertura vacinal contra a doença.
Nos últimos três anos, o sarampo matou 26 crianças de até cinco anos. A pesquisadora vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (NIPPIS), defende que os pais devem levar seus filhos para se vacinar e explica o motivo da queda da cobertura vacinal. “O aumento da desinformação em relação à própria vacina tem contribuído bastante para essa queda. E o sucesso do próprio Plano Nacional de Imunização pesa contra ele. As pessoas não veem mais ninguém com pólio, sarampo”, disse.
O Rio de Janeiro protocolou a taxa de 56,74% no ano passado, a mais baixa cobertura contra a doença. Em 2018, a cobertura vacinal foi de 99,66%.